Vários estudos podem trazer uma nova visão sobre o nosso organismo. Foi o que fez a pesquisa aplicada pelo Instituto de Biologia da UNICAMP. Segundo ela, as bactérias da microbiota intestinal podem regular a expressão de genes nas células epiteliais.
De acordo com o estudo coordenado pelo Professor Doutor Marco Aurélio – junto de outros alunos do doutorado – elas assumiriam esse papel importante. Dessa forma, seriam capazes até de prevenir infecções e diminuir chance de tumores.
Por isso, você deve conhecer um pouco mais sobre as bactérias da microbiota intestinal e ter maior noção de sua importância. Prossiga com a leitura do artigo e entenda um pouco mais sobre o assunto!
BACTÉRIAS DA MICROBIOTA INTESTINAL: O QUE É A MICROBIOTA?
Se trata de um grupo de bactérias residentes no intestino, atuantes em vários processos na região. Trabalham desde a digestão até monitoramento do desenvolvimento de microrganismos.
Dessa forma, se divide em duas áreas: a Permanente, ligada as células da mucosa, e a Transitória, não ligada e oriunda da parte superior do trato digestivo. O primeiro é fixo, enquanto o segundo varia conforme digestão.
Assim, essa parte do organismo tem chamado a atenção para as relações entre diversos tipos de bactérias, leveduras, vírus, protozoários e outros. O interessante disso é que constantemente muda com carga genética, idade, estilo de vida, hábitos, antibióticos, etc.
E a ausência dessa parte acabaria tendo um grande impacto no trato gastrointestinal. Reduziria a taxa de proliferação celular, a composição da mucosa, a atividade das enzimas da digestão. Assim também, anticorpos no sangue e até enfraqueceria a barreira epitelial.
Leia também: O EQUILÍBRIO DA MICROBIOTA INTESTINAL
Traduzindo, a microbiota intestinal acaba sendo essencial para criação dos mecanismos de defesa contra danos causados pelas bactérias do “mal” presentes no intestino.
Dessa forma, você precisa entender mais sobre as bactérias da microbiota intestinal. Também sobre seu papel regulatório da expressão de genes nas células epiteliais.
SEU PAPEL REGULATÓRIO
Segundo a conclusão do estudo desenvolvido pela união Brasil/Exterior, as bactérias da microbiota intestinal são capazes de regular a expressão de genes nas células epiteliais. E como isso é possível?
Através de experimentos com camundongos, foi verificado que moléculas provenientes da digestão (ácidos graxos de cadeia curta) podem penetrar células revestidoras da parede intestinal. Assim, afetaria como se mostram os genes e funções epiteliais.
Essas moléculas provenientes da digestão são subprodutos de fermentação das fibras pelas bactérias – por ser um processo normal, acabam sendo encontradas em altas concentrações.
Elas, ao entrarem nas células epiteliais, acabam desencadeando uma série de eventos a nível bioquímico, que incitam alteração de atividades. Elas possuem uma capacidade inibidora das enzimas histonas desacetilases (HDACs)…
… As histonas são um conjunto de proteínas que envolvem o núcleo das células do DNA. Esse empacotamento é o que define, em grande parte, quais trechos do gene estão disponíveis para transcrição.
Dessa forma, a presença dessas moléculas acaba iniciando um processo chamado de crotonilação, responsável pela alteração estrutural das histonas. Essa modificação acaba então regulando a expressão de genes nas células epiteliais.
No entanto, disso só pode ser retirando a relação entre as bactérias da microbiota intestinal com a expressão de genes. Quanto a inibir ou estimular a multiplicação das células, ainda não é possível determinar.
Mesmo assim, é um possível passo para novas formas de prevenção e de tratamento contra infecções sérias, doenças inflamatórias e tumores intestinais. Tudo isso através da regulação do processo de crotonilação das histonas.
QUANTO AO ESTUDO
Após essa conclusão, o próximo passo do estudo é avaliar o impacto de uma dieta e das complicações na produção desses ácidos graxos e crotonilação. Dessa forma, é possível ter maior noção quanto a regulação genética nas células epiteliais.
E assim, ter um entendimento quanto ao papel das bactérias da microbiota intestinal no processo.