Você já deve ter ouvido falar sobre a teoria dos germes, não é mesmo?
Mas como relacioná-la com os probióticos?
Que tal a gente dar uma volta por este tema?
Vamos nessa!
COMPREENDENDO A TEORIA DOS GERMES
Embora forme a base do tratamento médico e das práticas de higiene dos dias atuais, a teoria dos germes – a ideia de que os microrganismos são responsáveis por causar e disseminar doenças – foi bastante controversa durante séculos.
Antes da invenção do microscópio, muitas pessoas (inclusive muitos médicos e cientistas), acreditavam que as doenças ou cresciam espontaneamente ou eram espalhadas por meio do “ar ruim”, ou miasma.
EVOLUÇÃO DA TEORIA DOS GERMES
IGNAZ SEMMELWEIS
Foi um obstetra húngaro que trabalhou no hospital de Viena em 1847. Observou que quando os médicos ou os estudantes de medicina realizavam os partos, as novas mães ficavam mais propensas a morrer de febre puerperal, comumente conhecida como febre do parto. Em contrapartida, quando davam a luz em casa, assistidas por parteiras, isto geralmente não ocorria.
Semmelweis observou que os médicos e os estudantes de medicina do hospital geralmente faziam partos imediatamente após autópsias. Sendo assim, insistia para que os médicos lavassem as mãos em uma solução clorada antes de examinarem mulheres grávidas.
Esta técnica elementar baixou a taxa de mortes por febre do parto no hospital. Passando de 1 em cada 5 partos para cerca de 1 em cada 50 partos.
JOHN SNOW
Foi um médico inglês que acrescentou evidências apoiando a teoria dos germes. Ele traçou as origens de uma epidemia de cólera em Londres, na década de 1850. Snow observou que, todas as casas das pessoas infectadas pelo surto recebiam água da mesma bomba. Sendo assim, identificou a água como mecanismo responsável pela disseminação da doença.
LOUIS PASTEUR
Na década de 1860, Louis Pasteur conduziu alguns experimentos. Estes comprovaram que os organismos vivos em caldo recentemente fervido vinham de fora, em vez de ser espontaneamente gerados no próprio caldo.
JOSEPH LISTER
Uma década mais tarde, Joseph Lister (de quem a marca de antisséptico bucal tomou o nome, Listerine), desenvolveu procedimentos para esterilização de instrumentos cirúrgicos bem como ferimentos em hospitais.
ROBERT KOCH
Embora alguns médicos e cientistas propusessem algumas versões para a teoria dos germes, a ideia não ganhou ampla aceitação até o final do século XIX. Isto ocorreu quando Robert Koch demonstrou que o antraz era causado por uma bactéria específica.
Desde então, a teoria dos germes tem permitido o desenvolvimento de antibióticos e normas de higiene. Assim também, continua a ser um elemento fundamental tanto da medicina moderna quanto da microbiologia.
TEORIA DOS GERMES E PROBIÓTICOS
Por mais de um século, a teoria dos germes, centrou-se na ideia de que as bactérias causavam doenças. Na verdade muitas bactérias comuns realmente podem causar doenças em seres humanos e animais. Mas muitas outras são inofensivas, e existem outras ainda que são realmente benéficas. Essas bactérias benéficas são conhecidas como probióticos.
O QUE OS ESPECIALISTAS FALAM?
Anos atrás, os cientistas acreditavam que os seres humanos e as bactérias em seus corpos tinham uma relação comensal. O que significa que eles existem em conjunto, sem prejudicar um ao outro.
Os avanços na medicina ajudaram a esclarecer que esta relação é mutualística, ou seja, tanto o seu corpo como as bactérias se beneficiam um do outro.
MATCHNIKOFF E BACTÉRIAS QUE PROMOVEM SAÚDE
O conceito de que as bactérias podem promover saúde, em vez de danos, nasceu no início do século XX, quando o cientista russo Elie Metchnikoff levantou a hipótese de que a ingestão de produtos lácteos fermentados contribuía para a vida longa dos camponeses búlgaros.
Ele concluiu que o leite fermentado ajudou a “semear” o intestino com bactérias benéficas, que suprimiram o crescimento de bactérias nocivas.
Metchnikoff acreditava que as bactérias do ácido láctico presentes no leite contribuíam para a saúde geral e a longevidade dos camponeses búlgaros, e ele foi o primeiro cientista a propor a utilização de bactérias para prevenir e tratar determinadas doenças.
Foi o primeiro a sugerir a possibilidade de modificar a microbiota intestinal, substituindo bactérias nocivas por microrganismos úteis. Mais tarde, ganhou o prêmio Nobel por seu trabalho.
Leia também: MAS AFINAL, O QUE É PROBIÓTICO?
FIQUE LIGADO!!!
Toda sociedade tem consumido algum tipo de alimento fermentado diariamente, e os antropólogos teorizam que esta prática remonta a tempos pré-históricos. Como artigo de consumo, o leite de vaca remonta a, pelo menos, 9 mil anos, e alguns povos da Ásia Central bebiam leite de égua muito antes de as vacas serem domesticadas.
Esses povos armazenavam o leite em bexigas feitas com os intestinos de animais, e os microrganismos presentes nessas bexigas fermentavam o leite, transformando-o em um tipo de iogurte.
Atualmente, já se pode encontrar bebidas fermentadas em matrizes de frutas também.
Coloque sua microbiota em primeiro lugar, o resto virá naturalmente.