Um estudo publicado na revista Jama Internal Medicine, combina o consumo de alimentos orgânicos com um menor risco de dois tipos de câncer. A hipótese parece plausível. Porém, o efeito não pode ser estabelecido com base neste único estudo, no entanto especifica uma declaração do INRA (Instituto Nacional de Pesquisa Agrícola).
Os autores entrevistaram cerca de 70.000 pessoas com sua dieta própria, seguidas por sete anos. Para 16 produtos, os participantes foram questionados se usavam versões com rótulo orgânico “nunca”, “ocasionalmente” ou “na maior parte do tempo”.
Então, durante os anos de acompanhamento, 1340 cânceres apareceram nos participantes. Incluindo, câncer de mama (459), próstata (180), pele (135), colo-retal (99), linfoma não-Hodgkin (47) e outros linfomas (15).
câncer de mama (459), próstata (180), pele (135), colo-retal (99), linfoma não-Hodgkin (47) e outros linfomas (15).
ALIMENTOS ORGÂNICOS E O CÂNCER DE MAMA E LINFOMAS
No entanto, o consumo significativo de alimentos orgânicos, segundo os autores, foi inversamente associado ao risco de câncer. Os consumidores tiveram um risco 25% menor de serem diagnosticados com câncer, em comparação com aqueles que declararam o consumo mais moderado.
Isso significa que, entre os pequenos consumidores, há em torno seis casos de câncer por mil pessoas. Contudo, a população do estudo não é representativa da população geral de câncer. Os participantes são voluntários, muito interessados em nutrição e saúde. Tende a subestimar as associações observadas, porque os sujeitos já estão menos em risco.
Esta associação inversa é restrita aos riscos de câncer de mama pós-menopausa e linfoma. Eles acrescentam que outro trabalho já havia mostrado uma diminuição de 21% no risco de linfoma não-Hodgkin em consumidores de alimentos orgânicos.
Uma declaração publicada pelo INRA indica que a redução do risco diz respeito aos cânceres de mama. Em caso de mulheres na pós-menopausa (risco -34% em comparação com usuários ocasionais de orgânicos) e linfomas (-76%).
Um resultado consistente com a responsabilidade pelos pesticidas sintéticos, segundo os autores, é o linfoma “o câncer característico dos agricultores”. Estas percentagens foram calculadas com base num pequeno número de cancros, mas devem ser tomadas com precaução.
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PROMOVENDO ALIMENTOS ORGÂNICOS
O INRA também especifica que levar em conta vários fatores de risco associados ao câncer (estilo de vida, fatores sócio demográficos e riscos familiares) não alterou os resultados.
Os autores ressaltam, no entanto, que não se preocupavam com a antiguidade do consumo de produtos orgânicos pelos participantes.
Os resultados deste estudo precisam ser confirmados. Mas a promoção do consumo de alimentos orgânicos na população em geral pode ser uma estratégia promissora para combater o câncer, disseram os pesquisadores.
Não desencorajar o consumo de frutas e vegetais
Está indo um pouco rápido, de acordo com pesquisadores de Harvard. Embora saibam que a concepção do estudo são importantes, eles destacam “fraquezas significativas, que exigem uma interpretação cuidadosa dos resultados”.
PESQUISADORES AMERICANOS SÃO MAIS “CÉTICOS”
Primeiro, eles insistem, que o tipo de questionário usado torna muito difícil para os participantes realmente medirem a quantidade de alimentos orgânicos que comem. Assim também, é complexo isolar o impacto desse consumo com comportamentos positivos para a saúde, geralmente encontrados em consumidores orgânicos.
Além disso, insistem os autores americanos, que o preço dos alimentos orgânicos é um freio frequente ao seu consumo. Esse tipo de estudo não deve tornar a população com medo de comer frutas e vegetais.
As recomendações atuais devem continuar a enfocar os fatores de risco modificáveis. Estes são apoiados por fortes evidências a promover hábitos alimentares saudáveis, dizem eles. Incluindo o aumento do consumo de frutas e legumes, convencionais ou orgânicos.
UMA QUESTÃO DE RISCOS E NÚMEROS
A maioria dos pesquisadores acha esses resultados interessantes, mas não o suficiente. Uma correlação pode ser devida a muitos fatores externos e não significa causalidade. Existe até um site que lista correlações não relacionadas. Sendo assim, em termos científicos, não podemos falar de evidências.
Isso exigiria cortes ainda maiores, seguidos por mais tempo ainda. E até estudos “cegos”, onde verificamos em detalhes o que cada pessoa come e seu modo de vida, que é difícil de implementar a longo prazo. É isso que a maioria dos pesquisadores que se expressaram sobre o assunto, nas redes sociais ou em outros lugares, chamam seus desejos.
Mas então, qual é o problema de fazer um atalho dizendo que “os alimentos orgânicos reduzem o câncer”, além do rigor científico puro? Para os três pesquisadores de Harvard que escreveram o comentário no JAMA, o risco está nos danos colaterais.
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REFERÊNCIAS:
Consumidores de alimentos orgânicos têm 25% menos risco de câncer.
Estudo mostra que alimentos orgânicos reduzem risco de câncer.