Você já parou para pensar como as fórmulas infantis e a mamadeira impactam no desenvolvimento da microbiota do seu bebê?
Vamos tentar entender?
Então, vamos nessa!
AMAS DE LEITE E ALTERNATIVAS MAIS PRÁTICAS DE ALIMENTAÇÃO
Mesmo antes de a alimentação por mamadeira se tornar uma opção realista para às mães, havia uma alternativa.
As amas de leite eram comuns antes do século XX, com as tendências entre as classes sociais mudando de forma semelhante às da alimentação por mamadeira nos últimos cem anos.
Em dado momento, parecia impróprio às mulheres da aristocracia alimentarem seus próprios bebês. Em contrapartida, as da Revolução Industrial estavam adotando amas de leite, enquanto a elite social voltava a amamentar os próprios bebês.
No fim do século XIX e início do XX, as amas de leite perderam o emprego para as alternativas cada vez mais práticas de alimentação por mamadeira.
DE ALTERNATIVA POR NECESSIDADE À ALTERNATIVA POR OPÇÃO
Mamadeiras de vidro facilmente esterilizáveis, bicos laváveis de borracha. Assim também, fórmulas de leite de vaca modificado transformaram a alimentação por mamadeira. De alternativa por necessidade passou a ser uma alternativa por opção.
As taxas de amamentação despencaram. Em 1913, 70% das mulheres amamentavam os próprios recém-nascidos, mas essa cifra caiu para 50% em 1928. Posteriormente, apenas 25% ao final da Segunda Guerra Mundial.
Em 1972, a amamentação alcançou seu nível histórico mais baixo: apenas 22%. Após dezenas de milhões de anos lactação mamífera, a amamentação de bebês recém-nascidos quase parou no período de apenas cem anos.
COMO FICA A NUTRIÇÃO COM FÓRMULAS INFANTIS E MAMADEIRA?
Se os oligossacarídeos e as bactérias vivas do leite materno são responsáveis por nutrir as semestes da microbiota do intestino do bebê, mudando de acordo com o seu crescimento, quais as consequências microbianas da mamadeira?
O leite usado nas fórmulas ainda é, com frequência, leite do “peito”, mas de uma vaca, não de uma pessoa.
O leite de vaca evoluiu. Apesar da grande interferência humana nos últimos 10 mil anos, para ser a nutrição de um bezerro e seus micróbios.
Só que a microbiota intestinal de um bezerro é drasticamente diferente da de uma criança de peito.
Portanto, o leite de vaca sozinho deixa muito a desejar como alimento de recém-nascidos. Com frequência isso vem levando a deficiências de vitaminas e minerais que podem causar escorbuto, raquitismo e anemia.
As fórmulas modernas são suplementadas com muitos extra essenciais, mas não costumam conter células imunológicas, anticorpos, oligossacarídeos ou bactérias vivas.
QUAL A DIFERENÇA DA MICROBIOTA DE BEBÊS ALIMENTADOS POR FÓRMULAS?
A diferença é óbvia na microbiota intestinal dos bebês alimentados por mamadeira é a diversidade de espécies e grupos.
Bebês que não mamam no peito têm cerca de 50% mais espécies no intestino. Em particular, os que são alimentados exclusivamente por mamadeira tinham bem mais espécies do grupo Peptostreptococcaceae, que inclui o patógeno nocivo Clostridium difficile.
Se o Clostridium difficile assume o controle, pode causar diarreia incurável, sendo fatal nas crianças com uma frequência assustadora.
Enquanto um quinto dos bebês que só tomam leite materno porta o Clostridium difficile, esse micróbio está presente em quase quatro quintos dos bebês que se alimentam de leite em pó. É provável que muitas dessas crianças o tenham contraído na sala de parto – quanto mais longa estadia no hospital, maiores as chances de o recém-nascido contrair este patógeno.
Leia também: OLIGOSSACARÍDEOS E LEITE MATERNO
DIVERSIDADE DE MICRORGANISMOS EM BEBÊS
Enquanto a grande diversidade de micróbios parece ser um indicador de boa saúde nos adultos, nos bebês ocorre o inverso. Parece importante cultivar um grupo seleto de espécies nos primeiros dias de vida – com ajuda das bactérias do ácido láctico da vagina e dos oligossacarídeos do leite materno. Para proteger os bebês de infecções e preparar seu sistema imunológico em formação.
Mesmo combinar a amamentação com fórmulas infantis e mamadeira já aumenta a diversidade indesejada de micróbios, inclusive da bactéria Clostridium difficile, produzindo uma microbiota com uma composição intermediária entre a dos bebês exclusivamente amamentados e a dos que só são alimentados por mamadeira.
Mas será que importa mesmo se os bebês têm uma diversidade só um pouco maior de microrganismos da barriga?
Será que encorajar só um grupo diferente de bactérias pode mesmo causar algum mal?
O fato de a amamentação ser melhor costuma ser bem enfatizado, mas com pouca compreensão do que isso realmente significa para a saúde da criança.
O exame de dados mostra um forte contraste entre a saúde de bebês amamentados e a daqueles alimentados por mamadeira.
FÓRMULAS INFANTIS E MAMADEIRA TO BE CONTINUED…